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Sistema de Saúde Português

Uma das questões que surgem quando se considera uma mudança para Portugal é obviamente como funciona o sistema de saúde. Portugal se beneficia do acesso a um sistema de saúde pública de qualidade (12o lugar no ranking da OCDE), mas muitos expatriados não sabem como ele funciona ou têm reservas sobre sua eficácia. Isso é ainda mais importante quando se trata de crianças, mulheres grávidas, idosos e situações que requerem acompanhamento ou apoio regular, como a diabetes, por exemplo. Portanto, neste artigo, Lisbob tentará esclarecer as principais dúvidas e aprender mais sobre o assunto. Como obter cuidados de saúde em Portugal? Quanto custa o acesso aos cuidados no sistema público de saúde? Vou lhe dizer o básico do sistema de saúde português.

 

Sistema de Saúde Português

 

SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE

O Sistema Nacional de Saúde (SNS) é composto por unidades de saúde locais, grupos de centros de saúde e hospitais públicos. Em termos gerais, os cuidados de saúde são prestados pelos centros de saúde (centros de saúde) e suas filiais locais. Se o senhor precisar de uma consulta com um especialista no hospital, ela será feita dentro de 72 horas.

Em caso de emergência, o paciente pode ir ao serviço de atendimento permanente mais próximo (Serviço de Atendimento Permanente, SAP) ou ao hospital. Quando o tempo de espera para admissão num hospital ultrapassa três meses, o paciente tem o direito de ir a uma clínica privada aprovada pelo Ministério da Saúde. Poucas pessoas sabem disso e tiram proveito disso.

CENTROS DE SAÚDE

Os centros de saúde são responsáveis pela prestação de cuidados mais básicos e generalizados em situações não-emergenciais. Consultas de rotina, enfermagem, planejamento familiar, cuidado de crianças e vacinação, entre outras, são aqui realizadas. Cada centro tem sua própria organização de serviços e instalações, mas todos eles têm uma coisa em comum: não há médicos especialistas.

O cuidado é prestado pelo médico de família, que será designado ao senhor quando tiver alta do centro de saúde, normalmente o mais próximo de sua casa. Esse profissional é clínico geral e atende também a todos os outros membros da família que também são dispensados do mesmo centro.

COMO SE INSCREVER NO CENTRO DE SAÚDE

A inscrição no centro de saúde pode ser temporária (renovação anual) ou vitalícia, dependendo de seu tipo de autorização de residência ou visto. Como cidadão da UE, o senhor não precisa renovar seu registro no centro de saúde. Uma vez registrado, o senhor terá um documento chamado cartão de usuário, que deverá levar consigo sempre que precisar de assistência médica. Esta é sua identificação para o Serviço Nacional de Saúde. Para se inscrever, o senhor deve apresentar o seguinte ao secretário do centro de saúde:

- Documento de identificação (passaporte, autorização de residência).

- Comprovante de residência

- Documento da Segurança Social

Se o paciente tem um problema específico, ele é examinado pelo médico de família (que avalia a necessidade de mais diagnóstico e tratamento) e depois o encaminha a um especialista. A consulta com um especialista (pediatria, oftalmologia, cardiologia, urologia, ginecologia, dermatologia, etc.), que ocorre nos hospitais, deve ser prescrita pelo centro de saúde e deve ser feita no endereço fornecido pelo centro. No caso de uma verdadeira emergência, é para lá que o senhor deve ir, sem necessidade de entrar em contato com o centro de saúde.

ACESSO AO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICA

De acordo com a Constituição da República Portuguesa, todo aquele que necessita de assistência médica e está em solo português tem o direito de recebê-la. O despacho no 360/2001 do Ministério da Saúde especifica que mesmo aos estrangeiros que se encontram ilegalmente no país não pode ser negado tratamento. Portanto, a informação é muito importante e fundamental quando o senhor se encontra em um país que não é o seu. A compreensão do sistema é o primeiro passo.

CUSTO DE UMA CONSULTA PÚBLICA

O sistema de saúde pública em Portugal não é gratuito, mas é muito mais barato do que um sistema privado. Cada consulta, seja no centro de saúde ou no hospital, tem sua própria taxa moderadora. Para se ter uma idéia dos valores, uma consulta médica geral custa atualmente 4,50 euros e um serviço geral de emergência custa 18 euros. Está prevista a abolição dessa taxa moderadora, para que as consultas no centro de saúde sejam totalmente gratuitas.

No entanto, há uma isenção de taxas nos seguintes casos:

- Cuidados médicos urgentes e vitais

- Doenças transmissíveis que representem uma ameaça ou uma ameaça à saúde pública (por exemplo, tuberculose ou AIDS)

- Saúde materna e infantil e saúde reprodutiva, inclusive acesso a aconselhamento sobre planejamento familiar, interrupção voluntária da gravidez, monitoramento e vigilância da mulher durante a gravidez, parto e assistência ao recém-nascido.

- assistência médica aos menores residentes em Portugal, conforme definido no Decreto-Lei no. 67/2004, de 25 de março de 2004.

- Vacinação, de acordo com o programa nacional de vacinação em vigor.

- Cidadãos estrangeiros em situação de reagrupamento familiar, quando alguém de sua casa contribui para a previdência social de maneira devidamente credenciada.

- Cidadãos em situação de exclusão social ou de carência econômica aprovada pelos serviços de previdência social.

CUSTO DE ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE EM PORTUGAL

Consultas

O senhor tem que pagar uma parte fixa (co-pagamento) do custo da maioria dos cuidados médicos, incluindo cada consulta (centros de saúde e hospitais) e cada teste de diagnóstico adicional. Outros custos serão cobertos pelo departamento de saúde. No entanto, muitas pessoas estão dispensadas de pagar o co-pagamento. Essas incluem as seguintes categorias: mulheres grávidas e mulheres que acabaram de dar à luz, crianças até os 12 anos de idade, pessoas em situação de insuficiência financeira (cuja renda não ultrapassa 1,5 vezes o valor de referência do índice de apoio social (indexante dos apoios sociais, IAS)), desempregados inscritos no sistema de seguridade social (indexante dos apoios sociais, IAS), pessoas inscritas no sistema de seguridade social (indexante dos apoios sociais, IAS), e pessoas desempregadas. desempregados inscritos no centro de emprego cujo subsídio de desemprego não exceda 1,5 vezes o valor do IAS, bem como seus cônjuges e filhos dependentes.

O paciente está isento do co-pagamento se o atendimento for feito em uma enfermaria hospitalar (ou em um único quarto, se recomendado pelo médico). No caso de hospitalização em uma única sala com livre escolha dos beneficiários, os custos são assumidos exclusivamente pelos beneficiários, bem como os custos de hospitais e clínicas privadas.

O co-pagamento varia de acordo com o tipo de consulta médica, isto é, consulta domiciliar, consulta normal ou urgente, consulta em um hospital central ou do condado, consulta em um centro de saúde. Pode também depender do tipo de ajuda diagnóstica e terapêutica.

Cuidados dentários

Se o senhor precisar de atendimento odontológico, tem livre escolha de especialistas do setor privado. O senhor será reembolsado de acordo com a tabela estabelecida pelo governo. Para as próteses dentárias, o senhor terá que pagar adiantado os honorários e será reembolsado até 75% dos preços estabelecidos de acordo com a tabela oficial.

Medicamentos

Os medicamentos prescritos pelas organizações de saúde podem ser adquiridos em qualquer farmácia mediante apresentação de uma receita médica. Dependendo do tipo de doença, o Estado contribui entre 15 e 90% do custo dos medicamentos constantes da lista oficial dos serviços de saúde. Regras especiais se aplicam a certos pensionistas com pensões baixas. Nesse caso, a participação do Estado é aumentada em 5-15% e certos medicamentos genéricos são cobertos a 100% pelo Estado.

Dispositivos terapêuticos e próteses.

Para dispositivos terapêuticos complementares e protéticos (tais como óculos), os serviços de saúde contribuem para o custo até um máximo específico, com base em porcentagens e condições específicas. As curas termais podem ser reembolsadas de acordo com a escala oficial mediante autorização prévia. As despesas de viagem podem ser cobertas para pacientes que vivem em áreas remotas, sob certas condições.

MULHERES GRÁVIDAS E BEBÊS

O SNS também oferece atendimento especializado a todas as mulheres grávidas, independentemente de sua nacionalidade, desde a confirmação da gravidez até o parto e o pós-parto. Como foi demonstrado no artigo anterior, as mulheres estão isentas de taxas de moderação até 60 dias após o nascimento do bebê, período durante o qual está programada uma visita de revisão para avaliar a recuperação. O novo membro da família também não pagará por nenhum atendimento médico até a idade de 18 anos.

As gravidezes de baixo risco são monitoradas no centro de saúde pelo médico de família. Se a mulher grávida tiver intercorrências, poderá ser acompanhada ou ter consultas ocasionais na maternidade do centro de saúde. É também aqui que são feitos exames regulares e ultra-sonografias. No entanto, a entrega não precisa ser feita nessa unidade de saúde. Em Portugal, uma mulher pode escolher qualquer outro centro de saúde maternal e infantil da rede pública para dar à luz.

No caso da prematuridade, alguns hospitais da rede pública são ainda mais respeitáveis do que os hospitais privados, porque dispõem de cuidados intensivos neonatais com todo o equipamento necessário.

ASSISTÊNCIA MÉDICA PÚBLICA OU PRIVADA EM PORTUGAL

O sistema de saúde pública em Portugal é bastante completo e eficiente. Porém, dependendo da cidade e até da região de residência, nem todos têm um médico de família, há longas listas de espera e ir às urgências de um hospital pode ser frustrante. A espera por uma consulta de especialidade pode ser de vários meses. Há também profissionais insatisfeitos, greves e compromissos cancelados no mesmo dia ou "esquecidos". Em outras palavras, não é perfeito. Além disso, a reputação de alguns hospitais públicos nas grandes cidades portuguesas é bastante ruim: os tempos de espera são às vezes insuportáveis e as condições de limpeza são às vezes quase inaceitáveis. A escolha entre público e privado depende da avaliação de suas necessidades:

- O senhor tem algum problema de saúde que requer cuidados constantes e personalizados?

- O senhor está disposto a esperar semanas ou meses por uma consulta com um especialista?

- O senhor pode arcar com os custos de um plano de saúde privado?

Se o senhor respondeu sim a essas perguntas, provavelmente prefere usar o sistema privado, mas esteja ciente de que se trata de uma opção mais cara.